sábado, 4 de agosto de 2007


Fugir do nada
encontrar o não pensado
sonhar o não sonhado
desejar o não imaginado
pedir o impossível
rumar para o infinito
ver o nunca antes visto
ouvir o nunca ouvido
cantar a canção que não há
voar sem asas pelo céu
correr pela estrada que não existe
agarrar o vento
molhar-me à chuva
gritar até perder a voz
viver até morrer
e sonhar até ao fim

L'oiseau de feu



J'ai vu l'oiseau de feu

qui croisait les nuages de mon imagination;

j'ai senti l'odeur de ces roses qui parfument ce jour de Printemps,

et, dans mon coeur,

une petite graine jadis semée a poussée et a grandie!

Aujourd'hui j'ai compris le regard de l'oiseu de feu

et le pourquoi de ce parfum qui embaume ma journée:

l'Amour est ici,

il est avec moi

car c'est toi qui l'a semé.

Uma andorinha



Numa folha de papel branco desenhei uma andorinha,

dei-lhe asas, dei-lhe um coração,

e ela, de tão triste por não poder voar, chorou...

Então libertei-a, soltei-a no ar,

com um olhar ela me agradeceu

prometeu-me ir até ti

e levar-te o meu amor.





Um beijo morno
No teu corpo gélido
O suspiro da tua última viagem
Nas minhas mãos o toque frio do mármore
Fechaste os olhos e dormiste o eterno sono da morte
À Judite*

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

La nuit tombe, le monde s'endort




L'amertume du soleil qui essaie de paraître,
la tristesse de la lune qui veut percer ces nuages,
l'angoisse de cette étoile qui veut apercevoir la Terre...
Le vent se promène sans savoir où aller...
L'hirondelle se cache dans son nid,
la coccinelle s'envole vers une fleur,
la grenouille se tait...
La nuit tombe, le monde s'endort...
Entre la mer et la terre je suis,
entre l'espace et le vide
je cherche un endroit à vivre,
la tristesse m'emporte
je ne sais où...
le soleil...
la lune...
l'étoile...
le vent et l'hirondelle,
la grenouille et la coccinelle...
La nuit tombe, le monde s'endort.

O amor e uma flor


Uma flor em botão,
um sentimento que nasce,
as pétalas abrem-se,
o coração sente,
a flor sorri para o sol,
o amor cresce,
o vento abana as pétalas,
a mágoa começa,
o Inverno mata,
a dor despedaça...

Uma chama


Uma chama que queima e abrasa,
uma chama que sinto,
uma chama que cresce, cresce.
Uma chama que consome a minha alma
que me mata e me alimenta,
me depedaça e me alenta.
Essa chama que cresce, cresce e não desaparece...
Persegue-me!
Viro-me, fujo, corro e sinto-a sempre!
Essa chama chamada amor
que tanto dói
e de que tanto gosto!!

Simplesmente


Quis calar as palavras,
quis reduzi-las ao silêncio
quis afogar o sentimento...
Não quero sentir, pensar, falar...
mas as palavras emergem do silêncio
e o sentimento revela-se do vazio
que queria guardar.
Estou farta da palavras que nada dizem
e de sentimentos sem sentido!
Queria ficar nesta letargia de nada fazer
nada sentir, nada pensar...
Porque não posso simplesmente ser,
estar, sem mais atributos?
Porque é que as palavras sem sentido giram, giram
e os sentimentos vêm e vão?
Queria silenciar as palavras
reduzir o sentimento ao nada
e simplesmente ser, estar...

Um olhar de verde esperança


Um olhar de verde esperança,
um sorriso que cativa,
um sonho...
Uma Vida!!
Um mundo que transpira,
um mundo que sufoca
num abraço sempre apertado
duma Vida que não quer partir!
Um olhar de verde esperança
que sorri e brilha e fascina!
Um mundo que pisa,
um mundo que mata
uma Vida,
um sorriso...
E neste caminho que a vista alcança,
tudo se esfuma numa esperança
de tudo querer abarcar,
de tudo querer possuir!
E este sorriso que se apaga vive, quer viver!
Sufoca no peito a mágoa
do olhar de verde esperança
que nas lágrimas desliza por um sonho
uma Vida...


Para ti Judite*

Um paraíso na terra?


Um mistério por desvendar,
uma música para recordar
muitas lágrimas para chorar...
Um paraíso na terra?
Uma boca de mel;
umas mãos de seda,
um olhar penetrante,
uma presença que confunde...
um beijo que fica no desejo
uma noite na minha imaginação...
Um paraíso na terra?
Um dia quem sabe...

Rodopio


Rodopiava lentamente,
elegantemente...
o seu ar de leveza e desprendimento
fez-me desejar ser diferente.
Desejei poder também rodopiar ao vento,
e perder a cabeça...
A sua simplicidade diante da minha complexidade envergonhou-me.
Quis desprender-me deste meu ser,
esquecer quem sou,
esquecer o mundo
e simplesmente rodopiar ao vento
como aquela borboleta que gira e rodopia
até desaparecer ao fundo do jardim!

Este gosto amargo


Aqui, só e absorta nos meus pensamentos
repletos de ti
observo o horizonte:
vejo o mar sem fim,
alguns barcos, perdidos como eu, deslizam devagar.
Vejo casas, ruas,carros apressados.
E tu?
Onde estás no meio deste fervilhar de gente sempre apressada?
Aqui, na minha mão
um cigarro queima-se devagar,
devagar até chegar ao fim.
Mas depois deste cigarro
acenderei outro que se consumará
tal como se consome a minha vida.
Mas quando a minha vida se consumir não poderei acender outra...
E resta-me assim este gosto amargo
de sentir que a minha vida passa e eu não estou contigo...
Vejo o céu e o mar sempre juntos no horizonte, mas separados...
Assim me sinto eu ao pé de ti:
juntos mas separados...
A minha vida consome-se como um cigarro
e só me resta este gosto amargo
das horas tristes e sós em que não pude ser tua...

Partiste


Está escuro e tenho medo,
está frio e arrepio-me...
Lá em baixo as luzes da cidade
e os letreiros de néon relembram-me que já não estás aqui.
Partiste... Foste embora para sempre...
Pelas ruas desta cidade passeio o meu pensamento
e encontro-te em cada pormenor:
cada café, cada ruela que tu percorreste
e que agora estão vazios!
Os carros passam,
as pessoas seguem o seu caminho e faltas tu!
Foste embora... está escuro e tenho medo!
Sufoco esta dor no meu peito
e afogo a tua imagem no esquecimento,
mas tu ainda estás cá:
presente no meu coração
e esquecido na minha esperança.

De negro vestia


Vestia de negro a sua alma e
o seu vestido longo arrastava os seus passos
a caminho daquela ara:
a hora do sacrifício supremo chegava.
Na sua mente mil dúvidas a assombravam
e o seu peito sufocava o grito.
Caminhava de negro vestida
de encontro à sua eterna prisão,
desejava poder recuar,
mas os seus passos dirigiam-na
em direcção ao altar da sua morte!

Longe... pensei...


Uma ilha no meio de um mar imenso,
uma ilha longe de casa,
longe de um mundo que queria esquecer,
longe de um passado vazio...Queria libertar-me da impossibilidade de ser eu...
Pensei ter fugido para um mundo novo,
pensei estar longe de tudo
mas ao fugir de tudo esbarrei-me contigo!
Poderia ter sido um lindo sonho,
poderia ter sido tudo,
mas não, não é nada!
Pensei fugir para um mundo novo
pensei estar longe de tudo, mas não!
Estou ao pé de ti
e não consigo libertar-me
da impossibilidade de ser eu!



Desfolhar


As pétalas da rosa
desfolham-se na tua mão,
e suavemente caem ao chão
enquanto o vento as leva...
A rosa desfolhada, essa, fica caída e por ti esquecida.

Lágrima


Uma lágrima pendia,
salgada e triste pelo teu rosto descia,
à tua boca chegou
e com a tua língua a recolheste.
Beijei-te
e essa lágrima salgada
que na minha boca senti
a tua tristeza entendi...
e dos meus olhos uma lágrima caiu.

Elementos


Tal como o Vento Norte
arrepias o meu ser até gelar as minhas veias,
como o Sol de Agosto
abrasas o meu ser até queimares minha pele,
como um Tufão fazes os meus sentidos girar
perco a minha cabeça,
e como uma Chuva de Outono
penetras o meu corpo até ensopares a minha alma!
E eu Adoro-te,quando, com o teu sorriso iluminado
vens arrebatar-me desta solidão
e com a tua presença máscula e forte
fazes bater o meu coração!
Tu és o meu Norte e o meu Sul,
o meu Este e o meu Oeste,
em ti perco o meu olhar,
em ti encontro a razão deste devaneio!!
Por ti, para ti,
eu sonho, suspiro, choro e rio
pois tu és Vento Norte,
Sol de Agosto,
Tufão e Chuva de Outono,
que sempre aparece
e depois se desvanece.

Do outro lado


Ali, do outro lado estavas tu,
o céu estava, talvez triste
ao som daquelas guitarras,
daquelas baladas
que me enchiam de melancolia
e de felicidade por estares do outro lado...
naquela noite sem estrelas, sem lua.
Senti-me então ir até ti
senti os teus braços rodearem o meu corpo,
o calor das tuas mãos
e o teu suspiro no meu pescoço.
Mas, de repente, as guitarras calaram-se,
abri os meus olhos:
tu ainda estavas lá,
do outro lado
e não pude senão sentir-te dentro do meu peito,
a ti, que continuavas do outro lado...

Nas asas do vento


Nas asas do vento quero voar
e acariciar as pétalas de uma margarida,
quero sentir a brisa suave passar,
ouvir o mumúrio do riacho
e o canto do rouxinol...
Voar pelas montanhas,
afagar o pinheiro mais alto
sentir a suavidade do grão de areia
e sentir dentro de mim o Amor.
Nas asas do vento
quero sobrevoar o mar
e mergulhar na onda desta praia que me eleva até ti.
Nas asas do vento
quero correr até ti,
ter-te em mim,
sentir-te em mim como o meu maior tesouro:
mais rico do que o rubi,
mais brilhante do que o diamante.
Nas asas do vento quero ser levada até ti...
sentir-te em mim
e amar-te.

Nostalgia




A noite serena,
o seu estrelado,
a lua cheia...
E eu sinto a nostalgia
das noites que passaram,
das noites que passarão...
Noites vazias sem ti.
Noites que me enchem de nostalgia
por saber que não as compartilho contigo,
nostalgia por não estares aqui...